Sou seu segundo filho
O Marcelo foi o primeiro e a Cíntia o terceiro
Nasci em uma época difícil
Onde a moeda era o Cruzeiro
Mas nunca faltou o brilho
Do seu olhar para disfarçar
E convencer os filhos
Das dificuldades para se formar
Uma família exemplar
Fui crescendo e percebendo
A sua conduta dando exemplo
Para mim e meu irmãos
Lembro como se fosse agora
O senhor na madrugada acordando
Sem poder perder a hora
E quem sabe, quando estivesse chegando
No final do dia
Uma história contaria
E assim faria o seu famoso sermão
Com seu táxi ia atrás de encontrar
Um passageiro para carregar
Para dinheiro ganhar
E assim a nossa casa sustentar
A chave balançando era pra indicar
Que a praça tinha sido boa
E feliz o senhor deveria está
Fez isso durante muito tempo
Até se aposentar
E como o sonhado
Voltou para o Ceará
E quem diria depois dos 3 filhos criados
O senhor resolveu um presente nos dar
O Matheus nasceu
E veio trazer mais alegria ao nosso lar
Hoje eu sou adulto
O tempo já não é tão difícil
Não possuo qualquer vício
Sou professor como ofício
Mas tudo isso é um indício
Da criação que o senhor nos deu
Juntamente com a benção de Deus
E o amor da minha mãe
E hoje eu posso dizer
Que tenho um Pai como um bom exemplo
E uma mãe de amar sem condição
E todo dia eu me lembro do seu sermão
Que me faz querer ser um cidadão
Respeitando sempre o meu irmão
Quero o seu perdão
Quando me deixo sair do rumo certo
Quero sempre entrar no caminho correto
E servir de exemplo para os filhos que virão
Edson Lopes
18/01/2009
03:24
O filho do cidadão
Se eu não fui o filho exato que quiseste
Nem ao menos o que imaginaste
Fui apenas um pouco o que fizeste
E nesse pouco eu ergui a minha haste
Tantas vezes em que me abraçaste
Eu senti o calor da tua mão
Aquecendo minhas culpas com o perdão
Me beijando mostrando o lado certo
Os atalhos, os caminhos, os desertos
O abismo, a curva, a contramão
Me perdoe se as vezes me permito
Que o acaso penetre em meus momentos
Me envolvendo com loucos sentimentos
Desatando os bridões da minha vida
Volta e meia em becos sem saída
Dou de cara, me deparo com a parede
Nos teus punhos eu armava minha rede
Nos teus braços estendia o meu colchão
Hoje eu sinto a falta de um sermão
Que em seguida me davas um confeito
Aprendi que jamais serei perfeito
Ser seu filho é ser sempre um cidadão.
(Maciel Melo)