domingo, 18 de janeiro de 2009

Carta ao meu Pai


Ontem de madrugada, ao ouvir um cantador do nosso nordeste que se chama Maciel Melo, recitando uma poesia póstuma ao seu pai, me emocionei. Então percebi que eu também poderia fazer uma poesia para o meu e em vida!!!!


Abaixo segue a minha poesia e depois a poesia de verdade do Maciel Melo


Carta ao meu Pai

Sou seu segundo filho
O Marcelo foi o primeiro e a Cíntia o terceiro
Nasci em uma época difícil
Onde a moeda era o Cruzeiro
Mas nunca faltou o brilho
Do seu olhar para disfarçar
E convencer os filhos
Das dificuldades para se formar
Uma família exemplar

Fui crescendo e percebendo
A sua conduta dando exemplo
Para mim e meu irmãos
Lembro como se fosse agora
O senhor na madrugada acordando
Sem poder perder a hora
E quem sabe, quando estivesse chegando
No final do dia
Uma história contaria
E assim faria o seu famoso sermão

Com seu táxi ia atrás de encontrar
Um passageiro para carregar
Para dinheiro ganhar
E assim a nossa casa sustentar

A chave balançando era pra indicar
Que a praça tinha sido boa
E feliz o senhor deveria está

Fez isso durante muito tempo
Até se aposentar
E como o sonhado
Voltou para o Ceará
E quem diria depois dos 3 filhos criados
O senhor resolveu um presente nos dar
O Matheus nasceu
E veio trazer mais alegria ao nosso lar

Hoje eu sou adulto
O tempo já não é tão difícil
Não possuo qualquer vício
Sou professor como ofício
Mas tudo isso é um indício
Da criação que o senhor nos deu
Juntamente com a benção de Deus
E o amor da minha mãe
E hoje eu posso dizer
Que tenho um Pai como um bom exemplo
E uma mãe de amar sem condição

E todo dia eu me lembro do seu sermão
Que me faz querer ser um cidadão
Respeitando sempre o meu irmão

Quero o seu perdão
Quando me deixo sair do rumo certo
Quero sempre entrar no caminho correto
E servir de exemplo para os filhos que virão

Edson Lopes

18/01/2009

03:24

O filho do cidadão

Se eu não fui o filho exato que quiseste

Nem ao menos o que imaginaste

Fui apenas um pouco o que fizeste

E nesse pouco eu ergui a minha haste


Tantas vezes em que me abraçaste

Eu senti o calor da tua mão

Aquecendo minhas culpas com o perdão

Me beijando mostrando o lado certo

Os atalhos, os caminhos, os desertos

O abismo, a curva, a contramão


Me perdoe se as vezes me permito

Que o acaso penetre em meus momentos

Me envolvendo com loucos sentimentos

Desatando os bridões da minha vida

Volta e meia em becos sem saída

Dou de cara, me deparo com a parede

Nos teus punhos eu armava minha rede

Nos teus braços estendia o meu colchão


Hoje eu sinto a falta de um sermão

Que em seguida me davas um confeito

Aprendi que jamais serei perfeito

Ser seu filho é ser sempre um cidadão.

(Maciel Melo)

Um comentário:

Maria chan disse...

LINDO TEXTO !!! ALEGRIAS IMENSAS NA SUA VIDA .
CORAÇÃO PACIFICADO NA GRAÇA DO DEUS VIVO QUE EM TI HABITA .

ABRAÇOS FRATERNOS DESDE A 'TERRINHA DO SOL NASCENTE'